Uma das fases mais importantes das obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte acaba de ser concluída, depois de exigir escavações de 110 milhões de metros cúbicos de terra e rocha. Todo esse trabalho foi necessário para formar o canal de derivação da usina, uma obra com 20 km de extensão, 300m médios de largura e 25m de profundidade, por onde será desviada parte da água do rio Xingu que irá encher o reservatório intermediário da usina e alimentará as 18 turbinas da casa de força principal.
Foto: Betto Silva/Norte Energia
O gigantesco volume de solo e rocha escavado é praticamente a metade do que foi retirado para formar outra obra monumental: o Canal do Panamá, com a vantagem de o trabalho na região do Xingu ter sido feito em tempo recorde: apenas 4 anos.
Atualmente, o canal está em fase final de revestimento em rocha dos taludes e piso, com previsão de finalização para novembro de 2015. Sobre o canal foi construída ainda a Ponte do Travessão 27, finalizada em outubro.
O volume de solo e rocha escavado é praticamente a metade do que foi retirado para formar outra obra monumental: o Canal do Panamá
Dos 110 milhões de metros cúbicos escavados no canal, 85 milhões foram de solo e 25 milhões de rocha. Com fatia de 4 km que ficará submersa no reservatório intermediário, o canal de derivação de Belo Monte conduzirá uma vazão máxima de 13.950 metros cúbicos de água por segundo.
A obra é uma solução da engenharia brasileira que permitiu a redução em 61% da área de reservatório de Belo Monte em relação ao projeto original do empreendimento, produzindo, portanto, impacto social e ambiental muito menor para a região do Médio Xingu.
O Canal de Derivação liga o reservatório principal, de 359 quilômetros quadrados formado no próprio leito do rio Xingu, ao reservatório intermediário, de 119 quilômetros quadrados construído com 28 diques para fornecer a água que vai movimentar as turbinas da casa de força principal da hidrelétrica.
Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 megawatts (MW), com previsão de operação da primeira turbina da Casa de Força Complementar, no Sítio Pimental, após a concessão da Licença de Operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em março de 2016, será ativada a primeira turbina da casa de força principal, no Sítio Belo Monte. Em janeiro de 2019, está programada a operação plena da hidrelétrica, com 24 turbinas, sendo 18 do tipo Francis e 6 do tipo bulbo (que garantem menor impacto ambiental).